sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Gangorra da vida


Hoje tá um friozinho gostoso nessa cidade grande. Daqui da janela dá prá ver que o céu está cinzento, cheio de nuvens. Mas não foi isso que vi ainda há pouco quando estava vindo prá cá. Do outro lado do prédio o céu também tem nuvens, mas bem menos do que aqui. Lá deve ser o parcialmente nublado das notícias meteorológicas. Dá prá ver bastante azul lindo do céu.

Este prédio parece com a gente. Dependendo da direção ou maneira que olhamos vemos o mundo diferente. Se estamos tristes ou chateados fica tudo cinzento, faltando alegria. Pode estar o maior sol ou até um arco-íris. Se, por outro lado, estamos apaixonados, tudo é lindo, brilhante. Pode ser a maior tempestade com raios. É lindo do mesmo jeito!

Por que é tão difícil escolher qual chave a gente liga, da tristeza ou da alegria? Seria tão mais fácil se pudéssemos jogar a chave da tristeza fora e amarrar a da alegria para que sempre fique ligada, não? Isso nos tornaria pessoas melhores? Acho difícil.

A felicidade precisa da tristeza para existir, da mesma maneira que a luz precisa da escuridão. Se só houvesse felicidade, perderíamos a referência do que é ser feliz. Da mesma forma, não existe somente tristeza.

Minha sábia mãe costumava dizer que, quando a gente passava por aquelas fases onde tudo dá errado, era para a gente agüentar um pouco mais, pois logo chegaria o momento que só haveriam alegrias para compensar a fase anterior. E quanto mais azar tivéssemos, mais sorte teríamos em breve.

Olhando agora para fora percebo que as nuvens cinzentas continuam lá, mas vejo alguns pedaço do azul do céu. Aos poucos a gangorra da vida muda de lado novamente. E novamente. E novamente, ...

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